O tempo para escrever não tem abundado, mas depois de assistir ontem a uma das mais miseráveis exibições futebolísticas desde os tempos do Octávio da Hortas na 1ª parte, e a uma das mais desesperadas na 2ª (há quem a tenha achado muito positiva e que devia ser sempre assim, mas eu cá prefiro sempre futebol jogado com a cabeça e não com o coração - ou medo dos assobios), tinha de escrever alguma coisa.
Primeiro, que não percebo de todo esta insistência por um misto de futebol de posse e profundidade - querer manter a bola e ao mesmo tempo mandar todo o ataque subir desalmadamente assim que se rouba a redondinha ao adversário cria uma coisa chamada fosso a meio-campo que potencia muitos dos disparates que se têm visto na defesa e têm resultado em golos sofridos em catadupa. E essas oferendas que vêm custando pontos desde o jogo com o Belenenses só podem ser explicadas pelo espírito natalício que este ano chegou quase dois meses mais cedo ao Dragão.
Depois, continuo sem perceber patavina de lenços brancos e assobios constantes durante os jogos. Sim, paga-se e bem para ir à bola hoje em dia, mas nem se espera pelo final para descarregar frustrações. Se as coisas vêm correndo mal, julgo que não é a assobiar durante o jogo que se vai transmitir qualquer coisa parecida com motivação e entrega - duas palavras de que as bancadas gostam muito. E querer mandar embora o treinador que comanda a liga, continua nas taças e ainda tem hipóteses (muito diminutas, sem dúvida) de passar à fase seguinte da Champions é mesmo de adepto mal habituado. Isto não é uma defesa do Paulo Fonseca (que continua a insistir nos mesmos erros, e a passar uma mensagem de pouca exigência aos jogadores quando as coisas correm mal) mas mesmo um ataque ao Adepto que não vê os jogos nem com a cabeça, nem com o coração, mas com algo na zona entre a cintura e os calcanhares.
No comments:
Post a Comment