Wednesday, April 24, 2013

Zee Germans

Aparte o meu eterno ódio ao Real Madrid que não consigo superar mesmo quando treinados pelo maior, dá um certo gozo ver este ressurgimento dos clubes alemães na Europa futeboleira. E em grande estilo, diga-se. Curiosamente, e aparentemente ao contrário da maior parte da malta na tugalândia, sempre tive uma simpatia especial pelo futebol alemão, principalmente pela atitude no bullshit que imprimem aos jogos. Raramente vemos um futebolista alemão ou num clube alemão a pensar em si acima do colectivo, e o rigor e a capacidade física e de luta de sempre é agora aliada a uma qualidade técnica acima da média nesta geração de futebolistas germânicos para quem o lema "never stop fighting until the fight is done" é coisa séria.

Apesar da simpatia declarada pelo Barcelona que, depois do meu FCP, é dos clubes que apoio desde miúdo (em breve, espero, um capitulo dedicado ao Dream Team de Cruyff), esse interesse pelo futebol alemão surge mais ou menos na mesma altura. Lembro-me perfeitamente de uma selecção onde pontificavam Matthaus, Klinsmann, Ziege, Hassler, Moller e um enorme Matthias Sammer, cuja carreira foi demasiado encurtada pelas lesões, mas que no Euro '96 se tornou imediatamente num dos meus jogadores de culto. Escusado será dizer que daí a vibrar com a vitória do Borussia na Champions em 1997 foi um pequeno passo. A simpatia pelo Bayern aconteceu em simultâneo com o interesse geral pela nationalmannschaft aliado ao estudo geek da História do futebol pelo qual passei nos anos 90 (era uma enciclopédia futebolística ambulante na altura), intensificada quando conheci o mito de Beckenbauer que ainda hoje, ao lado de Cuyff, é para mim o melhor jogador de sempre que eu nunca vi jogar.

Tudo isto para dizer que mesmo o atropelo do Barcelona de ontem não me deixa tão chateado quanto se tivesse sido contra qualquer outro adversário e que, claro, a cilindrada que levou o Real Madrid deixou-me a esfregar as mãos de contente. Isto é a Champions, e a verdade é que Barça e Real não deixarão repentinamente de ser as melhores equipas que por aí andam. O problema é que já não estão sozinhos e provavelmente só repararam quando já era tarde. A segunda mão ainda terá muito que contar, mas uma final alemã vinha mesmo a calhar. Nem que seja para chatear o pessoal que partilhou fotos da Merkel nua no outro dia pouco antes da hora do almoço.

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