Aquele que, tendo em conta as posições das equipas no campeonato, se esperava ser um jogo atractivo, acabou por se tornar num pobre espécime desportivo quase tão interessante como aquele desporto australiano jogado numa arena redonda com uma bola de rugby e o Eric Bana a assistir nas bancadas.
Muito parecido com o jogo frente ao Olhanense, com uma equipa a dominar a posse mas a criar poucas oportunidades e a outra a defender muito atrás e a marcar primeiro num lance em tudo semelhante ao dos algarvios (passe longo, corrida nas costas do defesa, golo), foi preciso correr atrás do prejuízo e finalmente acordar para a vida. O resultado acabou por ser justo mas nada na exibição me parece digno de qualquer destaque especial, principalmente porque bem lutei para me manter acordado durante os 90 minutos, não tendo conseguido evitar babar-me à medida que me ia aproximando perigosamente de um estado de coma futebolístico.
Destaques, a haver, apenas negativos:
- Quiñones: logo no início do jogo se percebeu como está ainda muito verde ao ser por duas vezes sentado no relvado pelo Ukra (sou só eu que acho que este gajo da casa tinha lugar no plantel em detrimento de malta como o Kelvin?). Vê-se que já aprendeu alguma coisa em termos de posicionamentos e percebe o jogo da equipa, mas parece-me que lhe falta a qualidade técnica para passar à prática. A reavaliar no futuro.
- Jackson Panenka: falhar penalties é coisa que a mim não incomoda. Só falha quem lá está para os marcar, e apesar daquele que falhou frente ao Olhanense poder parecer idiotice, são coisas que acontecem a qualquer um (Beckham é um gajo que mete a bola onde quer, e isso não o impediu de marcar um para a segunda circular no Euro 2004). Outra coisa completamente diferente são os tiques de vedetismo que já se tinham percebido frente ao Málaga (lembro-me de um passe de letra que fez tanto sentido como o Inland Empire), que hoje atingiram o pico nesse Panenka sem a mínima convicção. Não sou propriamente um expert na matéria, mas não é suposto essas tentativas irem parar, pelo menos, ao meio da baliza? É que ao ver um poio sem convicção para a baliza, ainda para mais para o lado do guarda-redes acreditei mesmo que imediatamente a seguir ia ver um grande plano do Jackson com uma expressão à Malucos do Riso. Acho que o falhanço ridículo pode ter tido o benefício de o fazer voltar à terra e servir como injecção de moral. E para aqueles que não percebiam o regresso de Lucho ao plantel do Porto, é por coisas como a de ontem que ele cá está. Ao mandar Jackson voltar a marcar o segundo penalty e dar o primeiro passo para a redenção do companheiro, mostrou que com ele em campo todos assumem responsabilidades em prol da equipa. De patrão.
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